Por professor Pedro Henrique
Fiz uma homenagem a Helder Herik há um tempo atrás. Denominei esse momento de Helderianas, Helderianas em função do sistema poético de fantasia infantil e lúdica que Helder cria em sua literatura. Um mundo Tim Burton ilustrado no agreste de Pernambuco. Ou um mundo Helderiano retratado nos filmes de Hollywood?
Assista aqui: https://www.youtube.com/embed/YrRnXoTj6ZI
Quando uso o termo “infantil” para me referir a poesia de Helder não faço menção direta ao ser criança no sentido da idade, mas, sobretudo, o ser criança no sentido de quem alcançou a plenitude humana, como se o ser tivesse se transmutado de Camelo para Leão e, finalmente, criança, a criança como renovação do ser humano, como limpeza de alma, como esvaziamento dos vícios da vida para que de abra um novo olhar sobre a existência. A criança de um devir criativo de quem destruiu o mundo antigo e agora olha com olhar renovado para um mundo, enxerga o mundo em seu ineditismo.
Helder me ensinou a olhar novamente para as nuvens e entender que as nuvens são um imenso livro aberto no céu esperando que nós humanos tenhamos imaginação e capacidade para ler.
Helder me ensinou que até os manequins nas lojas são merecedores do nosso amor e das nossas fantasias;
Helder me ensinou que Édith Piaf podia transformar suas sobrancelhas em aranhas que subiam pelas paredes;
Helder me ensinou que João, seu filho, antes de nascer já era poeta, um poeta morando num útero, com peso de abacate, com peso de repolho.
Me ensinou que saco plástico ao vento é balão de imaginação. Que com asa de Sibito você faz asa delta e voa e voa e voa. Que a coisa mais triste que existe é não poder fazer nada, que as putas também têm fé!
Helder está sendo homenageado na praça da palavra nesse FIG! Helder merece, Helder é gigante, Helder é nosso!
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