A rural é um ícone automotivo brasileiro. A rural está no Brasil desde 1956. Era produzida pela Willys-Overland, que funcionou de 1908 à 1975. A Ford comprou a Willys e passou a fabricar a rural no Brasil nos anos 70.
Roger de Renor é um ícone da nossa cultura. Roger tem tração nas quatro rodas, não há terreno de desesperança que pare a vontade de Roger de continuar difundindo cultura.
O modelo brasileiro tem um desenho próprio, diferente do modelo americano e do modelo japonês, a nossa rural foi redesenhada com inspiração na arquitetura de Brasília. Os traços de Lúcio Costa (Oscar Niemeyer projetou os prédios) para a capital do nosso país fazem daquela cidade um avião. Sim, existem mais afinidades entre a rural, os aviões e a política do que se pode imaginar.
Para Roger de Renor: “o Som na Rural é uma ação política. Fazemos política sem partido”. Roger carrega nas costas o esforço de difusão da cultura brasileira. Desde o manguebeat às manifestações culturais do sertão. Roger faz o caminho inverso dos Severinos e vai do litoral ao sertão com a sua rural espalhando espelhos onde as pessoas se enxergam em suas raízes e nas suas almas. Roger é um mago dos espelhos culturais. A rural é um transporte de vida.
O som na rural já faz parte do FIG, é um palco que viaja Pernambuco inteiro e estaciona no Parque Euclides Dourado para difundir vida, promover encontros, fazer girar a roda da arte.
Uma rural transporta pessoas, transporta mercadorias, sacola de feira, gaiola de passarinho, geladeira, televisão velha, televisão nova. Uma rural transporta propaganda, transporta sonhos. Roger, como se levasse alto-falantes na cabeça, difunde dança, música, teatro, poesia. Roger é uma rural, tem motor nacional! Movido a cultura e um pouco de álcool, vai levando Pernambuco pelas estradas.
A revista Quatro rodas, falando sobre a rural, declarou que: “Seu carisma e suas virtudes resistem à ação do tempo”. A revista quatro rodas nem sabia, mas estava falando na verdade de Roger.
Texto: Pedro Henrique Teixeira | Guia do FIG
Kommentarer