Já se sente no ar. Uma frente cultural se aproxima dos corações e das mentes daqueles que amam as identidades culturais que dão sentido as vidas daqueles da cultura latino-americana, brasileira, pernambucana. Se olharmos atentamente para o horizonte já se sente o cheiro de cultura. É preciso sensibilidade aguçada para sentir os leves tremores sob nossos pés. É que um exército de artistas marcha ao nosso encontro.
Depois de uma interrupção necessária e triste, o Festival de Inverno de Garanhuns está de volta. Novamente as ruas tomadas de gente, afinal essa festa é feita para a valorização do ser humano. O sentido do FIG está sempre ancorado na troca do ser com o mundo, na valorização do que nos faz ser o que somos, no reforço das nossas identidades. A alma dessa festa é o diálogo que todos fazem com tudo aquilo que dá chão, fundamento ao que nos identifica, nos faz parecer cada vez mais com aquilo que somos: seres de cultura. No FIG reproduzimos o espelhamento do que somos para nos enxergarmos melhores e para que as próximas gerações possam reproduzir, sem que nada seja estático, fixo, o que somos.
Essa edição do FIG será diferente; nela o público também estará no palco. Hoje, mais do que nunca, a defesa da nossa cultura, e identidades, é necessária. As pessoas estarão nas ruas, dialogando, observando, se colocando no mundo. Sempre indo ao encontro da manutenção daquilo que nos faz viver melhor: A felicidade de se saber dono de si. Ariano Suassuna dizia que enfrentamos o desespero da existência com um “riso a cavalo e o galope do sonho”.
É assim que o público-artista vai se apresentar na festa que se aproxima (Você consegue sentir no ar?) o FIG será um imenso palco, quem estará dançando nas ruas, cantando nos microfones, fantasiado com a armadura da cultura popular, interpretando verdades nos palcos dos teatros, fazendo rir sob a lona do circo, mostrando o Brasil aos brasileiros e brasileiras na tela do cinema será o próprio povo!
Todos em uníssono para dar o recado: não tente destruir a nossa educação e a nossa cultura, elas são indestrutíveis.
Sim, já se sente no ar, uma multidão se aproxima. Com ela vêm a música, a poesia, a literatura, o cinema, o teatro e as boas emoções que têm faltado a todos nós. O FIG 2022 será um marco na cultura do país. Todos estamos sedentos de vida, desejosos de encontros, sedentos de nós mesmos e beberemos da fonte de vida, (cultura é vida) que é o Festival de Inverno de Garanhuns.
Texto: Pedro Henrique Teixeira
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