Às 19h, serão exibidos seis curtas pernambucanos na Sala Cine Jardim, em Garanhuns, durante a programação oficial 30º FIG
Animações realizadas por profissionais negros e indígenas pernambucanos estão reunidas na 1ª Mostra Além-Mar de Animação, marcada para ocorrer na próxima quarta-feira (27), às 19h, na sala Cine Jardim, na programação oficial do 30º Festival de Inverno de Garanhuns. Após a sessão, os realizadores Kadu Xucuru e José Carbonel participam de um debate mediado por Kalor Pacheco, curadora da mostra. O evento é aberto ao público, de classificação indicativa livre.
Em técnicas de stopmotion, 2D ou híbridas, as nove produções que compõem a curadoria foram realizadas nos últimos anos em algumas das Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco: Sertão Central, Zona da Mata Sul, Zona da Mata Norte e Região Metropolitana do Recife, e algumas em co-produção interestadual.
Os trabalhos, criados em contexto de atividades formativas (Estamos Vivos, do Coletivo Ficcionalizar, e Águas Belas, da oficina de Animação do Cine Sesi), videoclipes (Espelho, Espelho Meu, de Kaê, realizado por Kadu Xucuru; e Terra preta & Negraíndia, das Casas Populares da BR 232, por Naya Lopes), experimentais que conversam com as artes visuais (Exercício de Arquivo 2, de Abiniel João Nascimento, e Bardo do Sonho, de Letícia Barros), e também que narra a historiografia da seca em Pernambuco (Quando a Chuva Vem?, de Jefferson Batista), além de uma produção feita para a televisão (Bia Desenha, criada por Kalor e Neco Tabosa) e uma realizada para fins educativos (Arqueologia Amazônica, de Gean Almeida, Paulo Leonardo e Kalor).
“Queremos ampliar a distribuição e o debate acerca da animação feita por profissionais negras e indígenas, para assim refletir proporcionalmente à população brasileira, formada em mais de 50% por pessoas racializadas”, aponta Kalor, que atuou no ano passado como curadora da Mostra Africana do Animage, do Festival Internacional de Animação da Bahia – Fiab, do Fincar – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras e da Mostra Absurda. “Festivais de cinema atentaram a essa demanda, existem mostras especiais africanas, mas ainda é inferior o espaço ocupado por produções de realizadores negros e sobretudo indígenas, então desejamos fomentar a cadeia produtiva, incentivar, para assim aumentar a presença de ambas as populações”, avalia.
“Além-mar porque o oceano é a conversa entre os continentes África e América, antes o supercontinente Gondwana, a curadoria aqui proposta tem por objetivo começar o mapeamento por Pernambuco, ao estabelecer diálogos entre narrativas diaspóricas realizadas em nosso estado, destinada ao público em geral, mas com forte apelo à infância em todos os filmes apresentados, o que visa assim estimular a representatividade e mesmo a cadeia produtiva, fazendo com que novos e veteranos agentes racializados possam se inserir e enxergar possibilidades de permanecer atuando no campo da animação”, diz a idealizadora.
Confira a programação em > PROGRAMAÇÃO / Audiovisual / Cinema CPC-SESC
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